17 de fevereiro de 2011




"Até agora eu não me conhecia.
Julgava que era Eu e eu não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.
Mas que eu não era Eu não o sabia
E, mesmo que o soubesse, não o dissera…
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim…e não me via!
Andava a procurar-me — pobre louca!
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!
E esta ânsia de viver, que nada acalma,
É a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!"

Florbela Espanca

Um comentário:

  1. Há pouco tempo vc me disse que as mensagens do blog refletiam o seu estado de espírito, então ouso dizer que este poema é um elogio ao encontro de sua felicidade, vinda a partir do outro. Quanto a mim, digo apenas que ele traduz minha sensação de bem estar, após alguns dias de folia. Felicidade? Enjoei desta palavra por agora, prefiro dizer plenitude.
    Bjs!

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